ter, 16 abril 2024
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“A fome é maior que a vergonha de pedir”

Aos poucos praças, ruas e avenidas, tanto de grandes quanto de pequenos centros do Brasil vão sendo ocupadas por gente pedindo ajuda para não passar fome. Muitos deles se sujeitam a isso com vergonha, apenas sustentados pela necessidade da família. São cenas tristes e lamentáveis, quando pensamos num país tão rico quanto o nosso. Os números comprovam que a desigualdade no Brasil cresce a cada ano que passa, mostra ainda que a maior parte da riqueza produzida no Brasil se concentra em mãos de uma pequena parcela da sociedade.

Quando falamos de crise aí é que vem a grande questão, nas crises econômicas da vida, um fenômeno acontece e os ricos ficam cada vez mais ricos. O triste em tudo isso é que do outro lado da ponta, o pobre fica cada vez mais pobre e muitos se tornam pedintes. Por mais que se fale em combater a desigualdade social no Brasil, não vamos conseguir resultados satisfatórios se não combatermos primeiro a corrupção. É por conta dessas práticas nojentas e lastimáveis no Brasil, que os ricos vão ficando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Neste domingo, dia 2 de maio de 2021, um dia após as manifestações do dia do trabalhador, nos deparamos com uma dessas cenas que vem se tornando comum no Brasil. Trafegávamos pela BR 428, precisamente pela Avenida 7 de Setembro em Petrolina, quando avistamos um senhor com uma placa e nela a escrita: “ME DÊ UMA CESTA BÁSICA”.

Próximo a placa montada num cavalete estava um senhor de 56 anos de idade, eletricista de profissão e morador do Bairro Cosme e Damião, o mesmo não consegue trabalhar por conta de um acidente que terminou fraturando uma das pernas.

Seu João disse que a situação em sua casa é de dar pena, antes conseguia comprar o alimento ajuntando papelão. J.B conta que roubaram a carroça que ele utilizava pra fazer a coleta do papelão, aí ficou sem ter como catar o papelão e com isso perdeu a única fonte de renda de sua casa. O senhor disse que é triste chegar a essa situação, com os olhos avermelhados e lágrimas caindo, ele pede porque não tem outra saída. J.B disse ainda que na mesma situação ou em condições piores, tem muitas famílias em Petrolina e principalmente em Bairros como o Cosme e Damião.

João morador da periferia da cidade de Petrolina, pediu pra não ter a identidade revelada e nem a imagem explorada. Ele disse que só estava ali porque a fome é maior que a vergonha e ele, quem sabe o tamanho da dor de olhar pra dentro de casa e não ter nada pra sua família comer. J.B ainda encontra forças pra fazer um apelo às autoridades, que discutam menos os problemas políticos de interesse de cada um, que olhem mais para os pobres e façam alguma coisa para ajudá-los. O mesmo finalizou nossa conversa dizendo: “Eu não quero nada dos outros, eu só quero uma cesta básica.”


VIA DIDI GALVÃO



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